Kendra Wright, Lorentyna Harkness , Claudio Mazzoleni e Lynn Mazzoleni foram entrevistados por David Borges, um repórter de um jornal local em Madalena, em julho de 2013. Aqui está a história jornal que resultou da nossa conversa.
Publicado em 16 de agosto de 2013 (English Version Available)
Escrito por David Borges
A Universidade Tecnológica do Michigan, com o apoio da Fundação Nacional de Ciência, do Departamento de Energia dos Estados Unidos e da NASA, está a desenvolver dois novos projetos na estação Pico Nare instalada no topo da montanha do Pico para estudar o efeito climático dos aerossóis. Os projetos, com dois e três anos de duração, baseiam-se no estudo das propriedades químicas e também das características óticas das partículas como a cor e a forma que determinam a sua interação com a luz solar.
Na estação colocada desde 2001 na cratera da montanha os especialistas esperam observar aerossóis provenientes do continente americano, resultantes por exemplo do fumo de grandes incêndios localizados sobretudo na parte norte do continente, com origem no Canadá e/ou Estados Unidos da América.
Os aerossóis são partículas muito pequenas suspensas no ar, resultants de combustão ou outras atividades do ser humano e que podem ter uma duração entre 1 a 2 semanas, dependendo da sua origem e das condições atmosféricas. As partículas interagem com a luz solar e dependendo das suas características tanto podem refletir a luz de volta para o espaço e assim arrefecer a atmosfera ou, se forem pretas ou castanhas, absorver a radiação e contribuir para aquecer a atmosfera.
Os estudos que estão a ser realizados por Lynn Mazzoleni, Claudio Mazzoleni, Kendra Wright e Lorentyna Harkness são um desafio para os cientistas que realçam as excelentes condições proporcionadas pela montanha do Pico. Segundo Lynn Mazzoleni ao Pico pode garantir condições que não existem noutra parte do mundo: “Escolhemos o Pico porque a montanha permite-nos ficar com frequência acima das nuvens, possibilitando o estudo das propriedades dessas partículas. Este vulcão tem uma forma muito interessante porque o ar circula a montanha em vez de ser empurrado para fora, permitindo que no topo contactemos com a troposfera livre. É como uma ligação que há na atmosfera e que permite que tudo esteja bem misturado e quando a poluição a atinge prolonga- se durante um pouco mais de tempo sendo transportada através dos continentes.”
A cientista da Universidade do Michigan realça igualmente a qualidade ambiental do arquipélago, sublinhando que esse é um fator fundamental para o resultado final do estudo: “Além da forma especial da montanha do Pico, o facto do ambiente cá ser muito limpo impede que sejamos influenciados pela poluição local, que por si só é escassa, facilitando o nosso trabalho porque os instrumentos são muito sensíveis e é importante que não sejam influenciados pela poluição local”.
Embora algumas das medicos que estão a ser realizadas ofereçam resultados imediatos, também há amostras recolhidas no topo da montanha que os especialistas têm de levar para análise na universidade e só depois dos dados tratados e recolhidos poderão tirar conclusões.